quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

PERFIL: Homenagem Póstuma á José Jaime Rolim



         A cidade de Areia Branca perdeu um dos seus mais célebres filhos, um homem de múltiplos valores: perdeu o professor, o escritor, o historiador, o político, o palestrante, o sacerdote, o contador de causos, o amigo.  Todos esses atributos podem ser aplicados ao homem ilustre chamado José Jaime Rolim, que dedicou sua vida a prestação de serviços a nossa cidade, contribuindo, assim, na formação cultural, intelectual, política e religiosa dos nossos munícipes. Perdemos o professor incumbido da nobre tarefa de educar os seus conterrâneos; o escritor que documentou a historia da cidade; o historiador que contou a historia; o homem publico que saiu vitorioso de seis pleitos eleitorais como vereador e prefeito em caráter interino, trabalhando para o desenvolvimento da nossa terra; o palestrante que fez apologia sobre variados temas defendendo com êxito e beleza a sua oratória; o contador de causos que resgatou episódios que fazem parte do nosso folclore popular, propagando-os, tirando do anonimato acontecimentos que datam de tempos imemoráveis. Em épocas quando não existiam indivíduos habilitados a advogar em nossa cidade, Zé Jaime assumiu a posição de rábula, advogando mesmo sem ter diploma e obtendo êxito nas causas por ele defendida, em prol da população carente sem receber honorários por tão nobres serviços. Perdemos também o sacerdote que transformou sua casa de cultos num posto de assistência e recuperação, atendendo as pessoas que precisavam de ajuda espiritual, bem como iniciando pessoas no culto a umbanda aqui na nossa cidade.
    Diz o artista popular que “tem muitos Zé lá na Paraíba”, aqui em Areia Branca, por cerca de quase 70 anos tivemos o privilegio de ter muitos Zé personificados na pessoa de um Zé Jaime, que investidos de muitos, sob uma personalidade ímpar, atuou em diferentes meios da nossa sociedade prestando serviços essenciais a população.
            O Zé Jaime Amigo que toda acidade conheceu, ficará para sempre na memória dos areia-branquenses, pois, amigos como ele não devem ser guardados apenas no lado esquerdo do peito, mas sim, nos anais da historia para que as futuras gerações possam conhecer e se espelhar no exemplo de vida que ele deixou. A religião Umbanda sofreu a perda de um dos seus mais autênticos representantes aqui na salinésia, aquele que vestia a camisa e carregava a bandeira umbandista com orgulho. Zé Jaime deixou um importante legado religioso para os seus filhos de santo que ficou na orfandade espiritual, deixando também, uma segunda pessoa dentro da hierarquia do Casa Pai José de Aruanda, que é a professora Káthia Cruz, iniciada por ele nos cultos á umbanda, que assumiu posto como sacerdotisa do terreiro, lugar que ele ocupara durante muitos anos no exercício do seu cargo (missão) como sacerdote. Sabemos que onde Zé se encontra, encontra-se feliz por ter vivido com intensidade a vida, presente que Deus lhe deu e, deixou a vida terrena para fazer parte de uma vida imaterial numa outra esfera espiritual, onde já deverá está cumprindo com uma nova missão que certamente já lhe foi confiada pelo criador.
              Meu amigo Zé: na minha incapacidade de ser perfeito, no meu total desprendimento de certas coisas, no emaranhado de tantos sentidos, em minha procura e em minha busca: é difícil não ter a sua presença; é difícil o silêncio; é terrível a ausência; é doida a saudade...  
Por Noamã Jagun
Edição do mês de agosto/2010

FALANDO SERIO: Preconceito


             Quem tem preconceito é porque foi assim educado, pois os conceitos pré estabelecidos são advindos de uma criação arraigada numa cultura arcaica e que nunca deveria ter sido despertada.
             Há preconceitos de todos os tipos e de diferentes formas, todos muito doloridos para aqueles que o sofrem. Se é de raça, não há sentido em ser (a espécie humana não possui raça), é como se fosse a renegação do próprio sangue, pois a cor deste é a mesma para todos e este corre em todas as veias. Se somos iguais perante a lei divina, por que nos tornamos diferentes e soberbos diante dos homens? Temos aqueles que considera a mulher um ser inferior, e antigamente até sem alma, um objeto de uso masculino, uma cria doméstica que ousou se rebelar e tentar quebrar as correntes. As mulheres são mais numerosas, mas com menos direitos, menos trabalho, menos salários. De preconceito todas sofrem em maior ou menor grau: “mulher no volante, perigo constante!”, “piloto de fogão!” e assim vai... Se for loira ainda mais, se for negra é de menos e de nada para muitos.
            O que discrimina pela crença, alem de ser ignorante é idiota. Pois crer em algo subjetivo e particular, que às vezes se reflete no coletivo e outras não. A fé seja de que maneira se manifeste é a exteriorização de uma luz interior e seja Buda, Alá, Oxalá ou Deus fortalece o homem e o ajuda a seguir. Ser belo, ser feio, tudo se transforma em pecado... Ser pobre também gera olhares tortos, comentários maldosos e depreciação e por incrível que pareça se há a riqueza não é diferente.
            Tudo parte dessa mania torta da humanidade de querer estereotipar a perfeição e apontar o dedo na direção do outro esquecendo de se abrir para si mesmo. Vemos nos outros, muitas vezes, o que tememos ter em nós mesmos e direcionamos para os outros as nossas piores coisas, como se melhorasse as nossas. Quanto engano temos. Se somos brancos, amarelos, negros ou azuis isso vai definir o que? De que importa aos outros a nossa opção sexual? Se me visto diferente de fulano o que é que tem? Se ganho mais, se ganho menos, de que importa ao meu vizinho? Se creio de uma forma diferente da massa, minha fé é menor?
            Toda forma preconceituosa de pensar causa violência, causa dor, repúdio e revide. É a quebra do que é mais essencial no homem, que é o respeito por ele mesmo e pelo outro. Sem respeito se acaba as boas regras da convivência, se criam os adversários e se provocam as guerras. Sem respeito se marginaliza o homem, lhe negando a condição maior que possui: a de ser gente e se tornar cidadão. Sou contra a todos os tipos de preconceitos, ou de conceitos prévios, já os sentir na pele de forma veemente. Por ser praticante de uma religião de matriz africana, por fazer do candomblé minha filosofia de vida, por quebrar tabus, por soltar a língua, por criar, por crer. 
            Não podemos agradar a todo mundo, mas não podemos querer que todos sejam feitos da mesma forma. Somos livres para ser o que quisermos e agir da maneira que nos convier, mas há uma ressalva: “O nosso direito termina onde começa o do outro” e é o esquecimento desse detalhe que nos torna preconceituosos e desumanos.  
Por Noamã Jagun
Edição do mês de agosto/2010

CRONICA: Depende de Nós


            Em cada passo que damos trazemos conosco uma gama de marcas que foram deixadas ao longo desse caminho. Muitos acreditam que elas são os carmas que vem de outras existências, outras esferas, talvez estejam certos, mas, acredito que estamos aqui para corrigir, não para pagar por erros.
         Aprendi que o que se ganha e o que se perde depende da gente mesmo, apesar de muitos atribuírem suas desditas a Deus ou ao destino. Alguns diriam ser carma, luz, encontro, linhas traçadas, destino ou conspiração do universo. Quem saberia responder? Será que isso importa? Será que precisamos sempre de respostas prontas para perguntas que nem mesmo sabemos fazê-las? 
         Os dias nem sempre são bons, mas os dias e as horas são feitos por nós e temos que torná-los melhores de se viver. A vida é feita para que possamos testar nossos limites, mesmo que estes quebrem algumas barreiras impostas, nem sempre temos tudo de forma perfeita, mas podemos tentar aperfeiçoar o que conquistamos. As coisas que nos são colocadas nem sempre são boas, porém, nem sempre podemos dispensá-las.
       A vida é construída no dia-a-dia e é nesse exercício diário que cada pessoa escreve a sua história, cada uma com seu estilo e, essa historia nem sempre tem um final feliz, mas todas elas chegam ao fim um dia. Felizes são os personagens que terminam juntos no final da novela, mas não significa, também, que os que terminaram só sejam infelizes, até porque não existe um modelo único para a felicidade, ela, na verdade, é encontrada nas coisas mais simples e também nas coisas mais sofisticadas, o que é relativamente indiscutível.
      Somos realmente pequenos diante da força do criador, no entanto, acredito que ele nos gerou para sermos pessoas com livre arbítrio, com vontade própria, as pessoas falam muito de Deus e esperam muito dele, esquecendo que elas mesmas são as transformadoras das suas vidas e que ele dá as ferramentas pra que a gente faça o trabalho.
      Todos nós temos nossos lados e somos o elo desses pedaços que nos permitem sermos humanos. Às vezes sentimos sentimentos que nos vem de forma intensa, o amor, o ódio, a raiva, a alegria... Somos assim e por isso somos tão belas criaturas de Deus.  
Por Noamã Jagun
Edição do mês de agosto/2010 

PERFIL: Apresentação da Sacerdotisa Káthia Cruz

                          Nós que fazemos o Jornal Axé em Noticia queremos apresentar a toda a sociedade areia-branquense a nova zeladora da Casa Pai José de Aruanda, a professora Káthia Cillenne Cruz, brasileira, casada, pedagoga, domiciliada e residente nesta cidade á Rua Natal, Bairro Nordeste. Funcionária pública municipal, com 25 anos de experiência profissional, leciona o ensino fundamental menor. Já participou de vários cursos de formação contínua para melhorar suas estratégias como educadora, fez cursos de artes, reciclagem de jornal e também ministrou um curso de reciclagem de jornal. É casada com o também professor Francisco das Chagas Freitas e filha do professor e babalorixá Antonio Cruz e da modista Maria do Socorro Noberto.
                         No ano de 1990, Káthia, foi á casa de cultos Pai José de Aruanda com intuito de fazer um tratamento espiritual e encontrou a resposta através do babalorixá José Jaime que viu por meio do oráculo que existiam determinadas energias negativas girando em torno da sua assistida, fazendo a dispersão de tais forças e despertando, assim, a sua espiritualidade. A partir de então ela passou a fazer parte do corpo mediúnico da referida casa e sob a orientação do sacerdote José Jaime, que doravante passou a cuidar da sua cabeça espiritual e lhe mostrar o caminho pelo qual deveria seguir. 
                        No inicio do ano de 2010, José Jaime outorgou a Káthia o cargo de mãe pequena (o segundo cargo dentro da hierarquia do terreiro), já a preparando para lhe substituir no futuro.
                       ...E futuro vinha a cavalo e se fez presente, pois com a morte de Zé Jaime, ela assumiu de fato e de direito todo o patrimônio espiritual deixado por ele, depois de passar por rigorosos rituais de preparação, assumiu o referido terreiro, que apesar do luto de um ano, festejou a posse da sucessora e nova sacerdotisa da casa, perante a sociedade espiritualista da cidade de Areia Branca e Mossoró em data de 04 de setembro do corrente ano.
                     Káthia, a vida não é como se quer e acreditamos que se dependesse das nossas vontades a história seria diferente, a gente a tinha escrito com nossas próprias tintas e colorido com nossas cores. Quando perdemos algo material tentamos recuperar, mas perder pessoas é outra coisa, elas não voltam, e é essa partida que nos torna impotentes. O universo é engraçado e macabro, pouco nos dá e muito nos tira, mas sempre há o desafio de está nele.
                    Você ficou na orfandade espiritual quando perdeu seu pai de santo, mas, em contrapartida, ganhou a missão de cuidar de inúmeros filhos de santo (deixados por ele) que hoje lhe tem como mãe; ganhou também a responsabilidade de cuidar de cada um deles, pois são frutos do seu ventre imaterial. Sabemos que amas cada um deles como ama a seus filhos biológicos, com igual teor.
                     Como diz a fábula do Pequeno Príncipe de Exupéry, somos responsáveis pelo que cativamos e a flor que colhemos ainda em botão deseja se abrir e perfumar do mesmo modo que as outras. Você é essa flor e perfumarás ao seu redor. Você é a flor, nascida num campo onde sementes já foram jogadas, mas somente ela conseguiu permanecer. Ainda é uma jovem flor, quase um botão, abrindo-se devagar, curtindo o sabor do orvalho da manhã e o frescor do neblinar da noite. E essa flor nasceu na sua vida, pois na sua alma ela já estava plantada e cultivada há tempos. Desejamos boa sorte nessa sua nova empreitada frente á Casa Pai José de Aruanda.
Por Noamã Jagun
Edição do mês de setembro/2010

FALANDO SERIO: Orixá: Guardião ou Algoz?


           No meio espiritualista Candomblé e Umbanda a filosofia dominante pra muitos praticantes dessas religiões, é a de que o devoto tem que andar na linha sempre vigiado pelos atentos olhos da divindade ou entidade que o rege, não permitindo essa, que ocorra nenhum deslize por parte do fiel, que corre o risco de ser punido por qualquer falha cometida, a qualquer momento.
         Eu, que vos escrevo quero explanar minha opinião, como iniciado no candomblé: o termo orixá vem do yorubá (de origem africana) e significa em língua portuguesa “Guardião de Cabeça”. O meu orixá é o guardião da minha cabeça espiritual (ori), é minha natureza interior, minha identidade espiritual, é a ligação entre mim (criatura) e Deus (criador). Esse ser me rege, está de modo intrínseco contido em meu ser. É uma luz que me ilumina, que me mostra sempre o melhor caminho e me protege.  O orixá não me prende, não sugere amarras. É aquele que me compreende e não interfere no meu arbítrio. Não o tenho como um tirano cruel que faz do meu erro o seu júbilo realizando o seu sadismo através das minhas falhas. Eu jamais iria consagrar em meu ser um ser superior para me castigar, me julgar, me humilhar. O ser que me gere conhece as minhas qualidades e meus defeitos também, pois sou uma criatura feita de carne, osso e sentimento e não um super herói acima das coisas que são inerentes a minha condição humana, pois, se fosse um super herói, não precisaria de um ser superior para guiar meus passos, mas sim, voaria feito um pássaro pela imensidão do universo, servindo de guia para aqueles que ainda estavam ligados a uma forma de vida remota aqui na terra.
               É difícil mudar toda uma forma conservadora de pensar e agir, mas discordo daqueles que dizem que o orixá nos faz cobranças, que devemos saciar sua fome, presenteá-lo sempre para agradá-lo e evitar que ele se irrite conosco e volte-se contra nós. Eu acredito sempre num Deus de amor e também, não acredito que um orixá que é pura energia da natureza, que nunca possuiu uma forma física ou vida na terra, possa sentir fome.  Na verdade a fome é nossa, existe uma necessidade de dar satisfações através de alimentos sagrados a estes seres, mas entendendo que a fome é nossa e não deles. Vai alimentar o nosso “eu” interior e nos manter em harmonia com a nossa divindade, mas é preciso que se expliquem as coisas.
                Nós, filhos de orixá o que devemos fazer é cumprir com nossos preceitos religiosos e estar sempre em harmonia com a nossa energia interior, ter respeito pelo nosso corpo que é morada do nosso orixá, pois, caso contrário, poderemos sofrer as conseqüências advindas dos nossos atos, não que o orixá vá nos castigar (ele não é um carrasco), mas nós mesmos que quando entramos em desarmonia com a nossa essência (Orixá), em contrapartida, sofremos as conseqüências ocorridas das nossas ações.
              Precisamos assumir nossas falhas e não atribuir-las ás nossas divindades ou ao acaso. Temos a liberdade de viver segundo nossas escolhas e se fizermos uma escolha errada, devemos ter a humildade de admitir os nossos erros e nos prepararmos para novos acertos.
              Do meu livre arbítrio posso fazer o que quiser, mas, conseqüentemente, responder por tudo que fizer, pois, a Lei da Ação e Reação é inexorável. Toda força emitida contra um determinado ponto, retorna ao seu ponto de origem para que seja retomado o equilíbrio original, portanto, todo feitiço é bumerangue perseguindo o feiticeiro.
Por Noamã Jagun
Edição do mês de setembro/2010

CRONICA: A Beleza das Coisas


              Existe dentro de cada um de nós algo muito mais valioso que o que nos é passado em forma física. A beleza do físico às vezes enche os olhos e desperta os desejos, mas nem sempre enche o coração. A beleza cria expectativas, porém não tem o poder muitas vezes de realizá-las. Ela foi cantada e louvada sobre tantos aspectos em tantas diferentes épocas. Ela é subjetiva; já se viu beleza nas guerras, nas gorduras a mais, nas gorduras a menos, na seca, na lágrima, no riso, no quadro de Da Vinci, nas descobertas de Galileu
nos cálculos matemáticos de Pitágoras, na filosofia de Sócrates e Platão, na medicina de Hipócrates, nos ensinamentos de Jesus, no encantamento de um Orixá.
            Discordo do mestre Vinicius de Morais quando diz no seu exigente “Receita de Mulher”(poema) a clássica e conhecida frase: “as muito feias que me perdoem, mas beleza é fundamental”. Cada um tem sua beleza específica e acho que as pessoas se tornam feias pelas suas atitudes e não pelo físico. Acontece que as pessoas em sua grande maioria costumam agir mediante estereótipos e costumam fazer uma classificação maldosa dos outros, esquecendo que a formação moral de um undividuo é bem mais importante e peculiar que as coisas visíveis e materiais. Eu nunca me interessei por ninguém levando em contas fatores materiais, até porque acredito na pessoa não no que ela tem ou pode me fornecer.  Claro que se a pessoa é linda por fora e ainda mais por dentro é uma junção perfeita. A beleza é uma coisa pra ser vista de várias formas mesmo, existem diferentes tipos de beleza e pra mim não existe um protótipo de beleza universal. Muitas pessoas não possuem uma beleza física e não é preciso ser ou não bonito, mas ter uma essência bonita isso é mais importante, pois a casca cai um dia, mas a beleza natural de ser nunca acaba.  A maior beleza de um ser humano não se pode ver com o sentido da visão. Ela é bem mais profunda, mais concreta, não pode ser medida, mas é percebida pelo coração. Quando a nossa imagem humana se alia ao nosso reflexo de espiritualidade forma-se o elo completo daquilo que realmente somos.
             Mas o que é beleza? Será um rosto perfeito, um corpo sob medida, uma arte irretocável? O que chamamos de belo é bonito para todos? Vejo beleza nas folhas enverdecendo em tempos de seca, no sorriso da criança faceira, vejo beleza na mão que dá sem precisar ser pedida. Na canção mais leve e no poema mais simples. Vejo beleza do orvalho, no encontro eclipto entre a lua e o sol, nas páginas antigas de um livro, nos ensinamentos de um velho, vejo tanta beleza, que acho que distorço esse conceito tão dissimulado por ai. Procuro ver a beleza das coisas.
Por Noamã Jagun
Edição do mês de setembro/2010   

PERFIL : Homenagem Póstuma ao Babalorixá Heleno Medeiros de França


     

                  Desta feita queremos estender nossas homenagens postumárias ao grande sacerdote de candomblé que foi o senhor Heleno Medeiros de França mais conhecido por todos como Pai Nino da Mustardinha. Pernambucano, nascido no bairro da Mustardinha, na cidade do Recife, com título sacerdotal dentro dos princípios da nação de candomblé nagô-egbá onde fora consagrado. Pertencia a mais alta e legítima linhagem do candomblé de nação nagô que existe no país, tendo sido iniciado no Sítio de Pai Adão, na cidade do Recife onde se organizou o culto a nação dos egbás, no Brasil. 
                   Na década de 70 esse sacerdote chegou a nossa cidade através dos babalorixás José Pedro Filho (Zé Pedro – In-memorian) e de Francisca Andrade de Souza (Mãe Tiquinha – in-memorian) que foram iniciados por ele que também iniciou a yalorixá conhecida pelo codinome de Maria de Euclides (hoje evangélica), estendeu sua linhagem espiritual a vizinha cidade de Mossoró onde também consagrou dentro dos princípios da sua estirpe a já falecida yalorixá Maria José (conhecida como Dona Zeca).
                 Por onde ele passava deixava seus ensinamentos, dando sempre bons exemplos. Um homem de princípios morais e caráter imensurável. Pai Nino quando chegou a nossa cidade, vinha de um casamento falido e já divorciado e aqui reconstruiu sua vida afetiva com uma areia-branquense chamada de Maria Antonia Araújo, da família de Joaquim Anjos muito conhecidos na salinesia.
               Atualmente a herança espiritual deixada por ele na cidade do Natal é administrada por sua filha a jovem sacerdotisa Viviane Araújo de França, consagrada á Oxum que apesar dos arrojos da sua juventude, mas com uma personalidade ajustada e consciente da missão que lhe foi dada pelo orixá, procura conciliar a sua vida particular dentro do âmbito social em que vive e se dedicar a sua casa de axé onde brilhantemente faz culto aos ancestrais africanos deixados como herança pelo seu pai. 
                 É louvável o procedimento de Viviane, no tocante a não deixar que o legado espiritual deixado pelo seu genitor fosse enterrado junto com seu corpo ou esquecido no baú da memória daqueles que um dia o conheceram e comungaram com a sua proposta religiosa.
               A história do candomblé Nagô aqui em nossa cidade tivera inicio (timidamente) com a chegada de Pai Nino no ano de 1974, pois, até então o que era difundido aqui era apenas o culto a religião umbanda que resiste até os dias de hoje. A partir daí passamos a conhecer uma nova realidade religiosa dentro de uma doutrina milenar originária do ventre da nossa mãe África e trazida para o Brasil nos porões dos navios negreiros através dos escravos que vinham trazer a sua mão de obra gratuita e escrava para trabalhar na construção do nosso país.
               Pai Nino é o marco e o elo de uma realidade religiosa que ficou intrinsecamente ligada a muitos areia-branquenses que adotaram o culto a nação nagô procedente das terras dos egbás (o nagô de Yemanjá), do solo fértil da ancestralidade africana de corrente yorubá.
Por Noamã Jagun
Edição do mês de outubro/2010

FALANDO SÉRIO: Entre a Cruz e a espada


           Entristeço-me sempre que vejo passar de frente a minha casa, o que é corriqueiro, jovens drogados, recrutas de um veterano vício maldito herdados de uma milenar necessidade humana de buscar a felicidade através de estímulos e como o nosso sistema nervoso central é uma máquina de produzir estímulos (dor ou prazer) e o uso de drogas afeta estes estímulos, no inicio para a busca do prazer, mas com o uso demasiado, danos á saúde. É revoltante ver a destruição desses jovens que ingressaram nesse mundo sinistro e mais revoltante ainda é poder constatar que esse agravante faz parte de uma realidade em nível nacional que assola toda a sociedade brasileira.
           Sabemos que é estritamente proibido o consumo de drogas alucinógenas no Brasil, e não-obstante a proibição do uso de tão letal produto, ele é vendido e queimado em cada esquina e a todo instante, lamentavelmente, fazendo parte do nosso cotidiano. Antes seu uso era feito de modo mais discreto (às escondidas) e aparecia apenas no meio marginal onde chafurdam determinados seguimentos da nossa sociedade, hoje, a sua ingestão está sendo feita publicamente sob os olhares covardes de uma sociedade que atônita cruza os braços e ver seus filhos serem levados pelas mãos dos aliciadores de plantão que alienados que são, impingi aos mesmos seus produtos e seu desvario.
           Muitas vezes me pego a pensar que se o consumo de drogas fosse liberado no Brasil poderia mudar todo esse quadro, pois impediria toda essa poderosa máfia do trafico de agir e até destruiria esse poder paralelo que reina nos quatro cantos desse país (em maior ou menor escala).
            Havendo a liberação da droga todo cidadão poderia comercializá-la livremente, o que evitaria o enriquecimento precoce e ilícito dos chefões do trafico e fecharia as tão procuradas bocas de fumo. O estado cobraria o imposto sobre a circulação da mercadoria que poderia ser vendida em farmácias especializadas ou a revelia, desbancando os grandes comerciantes e distribuidores desse artigo. Com o dinheiro arrecadado dos impostos o estado investiria em clinicas de recuperação de viciados e em campanhas educativas.
         Os mafiosos, por sua vez, perderiam todo o poder que tem e exerce sobre aqueles que são dependentes de seus produtos.  Sei que a legalismo ou não dessa substância, em um determinado contexto sócio-cultural, não é determinado pelos prejuízos que ela traz a saúde individual ou coletiva, mas obedece a grandes interesses religiosos, econômicos e políticos. Pode ser devaneio meu pensar na possibilidade de ver a liberação de algo que sou extremamente contra, mas a droga é proibida por lei e, contraditoriamente, passa incólume pelas nossas fronteiras e circula livremente em nosso meio como se fosse um produto de primeira necessidade. Talvez se liberada possa a ter menos valor para os que dependem dela; talvez o fato de ser proibida a torne mais atraente e mais saborosa. Adão e Eva, certamente, só comeram o fruto da árvore do bem e do mal porque o fruto era proibido. As coisas proibidas são mais cobiçadas. Chamam mais a atenção. Tem um sabor inigualável.
          Não quero aqui fazer apologia ao livre comércio das drogas, e alguém pode até dizer que estou viajando nessa idéia, mas o que vejo são muitos jovens e também adultos viajando numa nave tóxica e nada posso fazer para impedir que essa viagem de encontro ao nada aconteça.  Que é preciso mobilizar todo mundo sabe e quantas campanhas de mobilização nacional já foram feitas? Na verdade é preciso que seja tomada uma atitude mais drástica no sentido de aniquilar o poder e força dos xerifes das drogas, fechar os carteis e assim, solucionar o problema. É polêmico pensar desse modo, mas melhor soltar as feras que armazená-las e vê-las me ferindo.
Por Noamã jagun
Edição do mês de outubro/2010

CRÔNICA: Sonho Como Cinderela


          Embora não possamos adivinhar o tempo que será, temos sim, o direito de imaginar o que queremos que seja. Que tal começarmos a exercer o jamais proclamado direito de sonhar?  Que tal delirarmos um pouquinho? Vamos fixar o olhar num ponto além da infâmia para adivinhar outro mundo possível? Seria possível viver num mundo onde as pessoas se respeitam mutuamente, um mundo sem preconceito, sem ambição desenfreada, sem drogas e sem violência, sem ira e sem maldades? Onde negros e índios são considerados gente. Um mundo onde as pessoas não precisem se embriagar para anestesiar uma dor e nem usar do mesmo artifício para comemorar uma vitoria. Onde se possa exercer livremente a religiosidade, sem discriminação. Um mundo de paz e amor onde exista o compromisso de sermos nós mesmos, pessoas humanas, pois somos o elo condutor desse ciclo que nunca acaba, fomos feitos para estarmos juntos, mesmo que separados, somos a semente que já germinou há tempos, somos a certeza de uma grande incerteza, somos quem sabe pequenos deuses a procura da perfeição. Porque não acreditar nisso? Porque não sonhar com isso? Vamos imaginar a vida a uma peça de teatro, onde Deus é o autor da obra, o destino o seu produtor e nós somos atores com poder de mudar as falas. Nesse palco enorme em que fazemos nossas apresentações acontecem dramas, romances, comédias e fábulas. Vamos nos permitir sonhar sem nos chocarmos com certas realidades. Nesse palco toda a humanidade se encontrou quando o elenco ainda estava em plena fase de escalação e fomos destinados para sermos irmãos e/ou amigos, mas rebeldes e travessos ludibriamos o enredo e criamos nossa própria história, (em função do nosso livre arbítrio) a nossa historia de amor eterno. No decorrer desse nosso enredo criamos capítulos magníficos, tivemos torcida sempre a favor. O olhar preconceituoso não fez parte dessa história.
            Não somos mais do que podemos e seremos aquilo que quisermos ser, pois querer é poder quando se ousa querer. Não há enigmas que não possam ser revelados e todos conhecerão o tesouro que há em cada um e as águas azuis do manto de Yemanjá limpa a alma no revoar das aves que voam livres dentro de nós. Por isso entre o entardecer do dia na paisagem tão bela, sonho como Cinderela, olhando as rosas e imaginando um mundo sem espinhos, sem dor nem rancor um mundo enraizado no amor.
Por Noamã Jagun
Edição do mês de outubro/2010
   

PERFIL: Homenagem á Antonio Herculano


            



                  Antonio Herculano de Pádua é um areia-branquense que sempre demonstrou amor pela nossa cidade e a prova maior desse amor foi à colaboração que deu para o desenvolvimento da nossa terrinha em tempos difíceis quando investir num negocio era correr risco de perder o seu capital, pois a cidade, ainda em fase de desenvolvimento, quase não oferecia opção para um investimento seguro, contudo, ele corajosamente entrou na área empresarial. O mercado de trabalho era muito restrito. A nossa economia era paupérrima, nosso maior produto e fonte de renda principal era o sal extraído ainda de forma artesanal e o pescado que não era industrializado e circulava apenas na urbe.
                 Nessa época Herculano com uma visão aguçada de mercado, observando à carência que existia no atinente a diversão e entretenimento, ousadamente, decidiu investir nesse ramo e organizou um clube chamado de Tenda depois Palhoça, que oferecia aos seus conterrâneos um espaço voltado para o lazer, com serviços de bar e restaurante além, de uma boa musica. Esse clube foi referencia na cidade durante muitos anos e é lembrado com saudades por aqueles que o freqüentaram em época remota.
                 Herculano, versátil que é, atuou em diferentes áreas prestando relevantes serviços a população. Eis a sua trajetória: foi locutor do antigo cine são Raimundo e cine Miramar. Em 1974 fez serviços de locução para a campanha eleitoral do candidato a cargo majoritário á prefeitura o Sr Carlos Antonio Soares, além de estender seus serviços para outros seguimentos políticos em campanhas eleitorais para Expedito Leonêz, Luiz Duarte Vasconcelos, Dr. José Alfredo, Dr. Ruidemberg F. Souto, Dr. Bruno Filho e Manoel Cunha Neto (Souza).
      Idealizou e criou o grupo musical chamado de Embalo 5, que tinha em seu elenco Betinho (baterista), Júnior Solon (solista), Raimundão (baixista), Carlos Santeiro ou Negruta (vocalista – in-memorian) e Edimilson (organista).
                   Foi também, diretor de árbitro de futebol da liga desportiva areia-branquense, empresário do grupo Infla 6, percorrendo quase todo o estado do Rio Grande do Norte e parte do estado do Ceará com a sua banda musical, levando opção de entretenimento para aqueles que gostavam de uma  musica de qualidade e sendo pioneiro no tocante a esse quesito.
                Talentoso que é e com uma alma de artista fazia show junto com seu grupo musical onde apresentava o cover do cantor Tim Maia e manteve um visual idêntico ao do referido artista por algum tempo. Herculano foi quem mais investiu no estilo de som discoteca em tempos áureos quando fundou a frenetic discoteque S’alinas criando um ambiente tipicamente original com todos os paramentos plausíveis e um som de alta fidelidade, acompanhando a evolução do tempo, em tempos inesquecíveis. Filho do cabeceiro Francisco Herculano de Souza e da dona de casa Francisca Maria da Conceição, que ao partirem para o plano espiritual deixaram pra ele a nobre missão de cuidar da família, o que tão prazerosamente faz até os dias de hoje. É funcionário público municipal e presta serviços de fiscalização na secretaria municipal de infra-estrutura.
Por Noamã Jagun
Edição do mês de novembro/2010

FALANDO SERIO: Carta Aberta a Exma. Sra. Dilma Rousseff


Excelentíssima Senhora,

           Nós que fazemos o Jornal Axé em Notícia queremos parabenizar-lhe pelo exulto alcançado no pleito eleitoral de 31 de outubro de 2010 (segundo turno das eleições) e desejar-lhe boa sorte nessa nova empreitada administrativa que terá pela frente a partir de primeiro de janeiro de dois mil e onze.
           A senhora é na verdade uma guerreira que não foge aos combates. Enfrentou inúmeros obstáculos durante a sua expedição eleitoral, mas seu triunfo foi inevitável, porque tem propostas e apresentou a melhor delas e o povo teve o poder do discernimento e soube escolher.
         A senhora é igual a tantas outras mulheres que existe nesse mundo. Foi cunhada de modo similar e rotulada com igual teor. A boneca e os demais brinquedos de menina que lhe foram dados quando criança cogitavam o que a sociedade lhe oferecia como escolha. Quem sabe a diferença foi entender que não era só isso que poderia edificar. Que ser mulher não é só ser um rabisco esboçado numa tela por trás de um grande homem, nem um espelho turvo, mas ser reflexo, que não necessitava está atrás de ninguém, mas á frente do seu tempo. Apesar da infâmia da Amélia (a mulher de verdade) vocês foram capazes de ultrapassar os obstáculos e quebrar as amarras. Permita-me dizer que vocês têm a força das ninfas que aliciavam  os deuses do Olimpo, que são fascinantes como Eva a oferecer a mais deliciosa fruta, que são independentes como as amazonas e aguerridas como a cangaceira Maria Bonita. São anjos a erguer a imaginação humana, são fadas a satisfazer e inventar sonhos, são a melhor parte da espécie humana. Vocês têm o indulto de originar vidas, de eternizar a espécie, e de desenvolver e educar os seres. Hoje apareces em todas as mídias sendo reconhecida como a mulher mais poderosa do mundo (superando Ângela Merkel, chanceler da Alemanha e Hillary Clinton, secretária de estado Americano) e com a responsabilidade de administrar a quinta economia da terra.
               Já que está investida do poder executivo da nação, esperamos de V. Excia. um governo onde o povo possa ter uma participação cada vez mais ativa. Que possa cumprir com as propostas anunciadas em palanques e na imprensa quando se pronunciou em público e assim, representar cada vez mais os anseios do povo com uma administração voltada para o Brasil, independente de cor, de partidos ou siglas.
               Esperamos que a Senhora adote cada brasileiro (a) como filho (a), tal qual aquele fruto oriundo da sua árvore uterina e seja de fato a mãe por excelência de cada um deles.
             A nossa bandeira agora ganhou mais vida porque alem do verde, amarelo, azul e branco, ganhou a cor rosa, símbolo da mulher que está no topo, no cargo mais alto da hierarquia política desse país.  
              Parabéns Senhora Presidenta!
Por Noamã Jagun
Edição do mês de novembro/2010

CRÔNICA: Meu intrépido Amigo Herculano


          Quando conheci Herculano sabia que ele era a mais especial das pessoas pela sua relação com a sua família, pela generosidade para com seus colegas de trabalho, pela sua fé em Deus e na vida, sua sensibilidade, pelas suas birras, suas habilidades, sua capacidade de saber usar as palavras às vezes doces e às vezes duras.
        Eu sei o quanto você é importante pra tão diversas e diferentes pessoas, que é primordial que esteja aqui na terra que sua missão é árdua e compensadora. Sei que pensas muito em nunca decepcionar o legado que seus pais deixaram fazendo dele o seu bem maior que é a sua família e, não acontecerá isso, pois o seu maior legado foi à confiança, o amor, o respeito, a generosidade, o cuidado, a paixão, a responsabilidade e isso você nunca perderá.  Irás crescer ainda mais como pessoa e é essa pessoa que nós aprendemos a gostar, admirar e esperamos que você se permita ser sempre.
            Não poderá se desvencilhar desse sentimento que lhe prende a sua origem, nunca terá um ponto final na sua história, pois ela é o reflexo daquilo que lhe foi dado para viver e não podes desperdiçar as oportunidades dadas pelo Criador.
            As coisas têm uma finalidade, um objetivo, nada acontece por acaso, a vida que temos nos leva a uma aprendizagem e aqueles seres que sempre se encontram e tem uma sintonia conosco é porque já estiveram juntos e de alguma forma foram separados e se buscam em cada passagem terrena.
             A conjuntura do nosso universo é meio que independente, muitas vezes ultrapassa a nossa vã filosofia e nos deixam as margens dos desígnios do destino. Talvez você acreditasse ser dono do seu próprio destino, mas nem tudo é como a gente pensa e, quando os caminhos se cruzam e encontra o ponto ideal o rumo se torna o mesmo, cabe acreditar na estrada e ter cuidado e paciência com os obstáculos e as pedras que existirem. Às vezes a vida nos dar uma lição para que a gente possa perceber a força que temos dentro de nós.
            Você é merecedor de toda a felicidade do mundo, porque é um batalhador, destemido, um lutador perspicaz, um homem de princípios e dignidade.
            Não é fácil abdicar da vida afetiva e preferir um trabalho coletivo que um mérito individual. Viver em função de outras pessoas, muitas vezes não se permitindo ser uma pessoa humana, esquecendo de si mesmo. Renunciar uma vida amorosa com direito a escrever sua própria historia para ser protagonista de uma linda historia de amor onde você não vive um personagem, mas é de fato o pai, irmão, tio e amigo e faz de cada integrante da sua família parte inerente e intransferível da sua existência. Você é bem mais que uma figura ao lado, é participante, ativo, braço e colo de cada um deles. É aquele que não se alia apenas nas brigas, mas que permanece na paz, que não se preocupa com o material, mas compartilha as alegrias e as dores da alma.
            Toda sua família lhe adora e não saberiam viver sem você, sem seus ensinamentos, sem sua alegria contagiante, sem esse seu jeito turrão de ser. És referencia para todos eles.
            Diante da loucura que é a vida e das coisas que acontecem inesperadamente seus familiares encontram em você um porto seguro, (não uma mola de salvação) que lhes dá a certeza que é buscando a ti que se tornarão completos.
Por Noamã Jagun
Edição do mês de novembro/2010
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