quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

PERFIL: Homenagem Póstuma á José Jaime Rolim



         A cidade de Areia Branca perdeu um dos seus mais célebres filhos, um homem de múltiplos valores: perdeu o professor, o escritor, o historiador, o político, o palestrante, o sacerdote, o contador de causos, o amigo.  Todos esses atributos podem ser aplicados ao homem ilustre chamado José Jaime Rolim, que dedicou sua vida a prestação de serviços a nossa cidade, contribuindo, assim, na formação cultural, intelectual, política e religiosa dos nossos munícipes. Perdemos o professor incumbido da nobre tarefa de educar os seus conterrâneos; o escritor que documentou a historia da cidade; o historiador que contou a historia; o homem publico que saiu vitorioso de seis pleitos eleitorais como vereador e prefeito em caráter interino, trabalhando para o desenvolvimento da nossa terra; o palestrante que fez apologia sobre variados temas defendendo com êxito e beleza a sua oratória; o contador de causos que resgatou episódios que fazem parte do nosso folclore popular, propagando-os, tirando do anonimato acontecimentos que datam de tempos imemoráveis. Em épocas quando não existiam indivíduos habilitados a advogar em nossa cidade, Zé Jaime assumiu a posição de rábula, advogando mesmo sem ter diploma e obtendo êxito nas causas por ele defendida, em prol da população carente sem receber honorários por tão nobres serviços. Perdemos também o sacerdote que transformou sua casa de cultos num posto de assistência e recuperação, atendendo as pessoas que precisavam de ajuda espiritual, bem como iniciando pessoas no culto a umbanda aqui na nossa cidade.
    Diz o artista popular que “tem muitos Zé lá na Paraíba”, aqui em Areia Branca, por cerca de quase 70 anos tivemos o privilegio de ter muitos Zé personificados na pessoa de um Zé Jaime, que investidos de muitos, sob uma personalidade ímpar, atuou em diferentes meios da nossa sociedade prestando serviços essenciais a população.
            O Zé Jaime Amigo que toda acidade conheceu, ficará para sempre na memória dos areia-branquenses, pois, amigos como ele não devem ser guardados apenas no lado esquerdo do peito, mas sim, nos anais da historia para que as futuras gerações possam conhecer e se espelhar no exemplo de vida que ele deixou. A religião Umbanda sofreu a perda de um dos seus mais autênticos representantes aqui na salinésia, aquele que vestia a camisa e carregava a bandeira umbandista com orgulho. Zé Jaime deixou um importante legado religioso para os seus filhos de santo que ficou na orfandade espiritual, deixando também, uma segunda pessoa dentro da hierarquia do Casa Pai José de Aruanda, que é a professora Káthia Cruz, iniciada por ele nos cultos á umbanda, que assumiu posto como sacerdotisa do terreiro, lugar que ele ocupara durante muitos anos no exercício do seu cargo (missão) como sacerdote. Sabemos que onde Zé se encontra, encontra-se feliz por ter vivido com intensidade a vida, presente que Deus lhe deu e, deixou a vida terrena para fazer parte de uma vida imaterial numa outra esfera espiritual, onde já deverá está cumprindo com uma nova missão que certamente já lhe foi confiada pelo criador.
              Meu amigo Zé: na minha incapacidade de ser perfeito, no meu total desprendimento de certas coisas, no emaranhado de tantos sentidos, em minha procura e em minha busca: é difícil não ter a sua presença; é difícil o silêncio; é terrível a ausência; é doida a saudade...  
Por Noamã Jagun
Edição do mês de agosto/2010

2 comentários:

  1. Só mesmo um intelectual como vc Noamã poderia ter feito tão bela e merecida homenagem ao homem ilustre q foi Zé Jaime. Parabéns pelo seu jornal. É de pessoas como vc q o Brasil precisa!

    ResponderExcluir
  2. Zé Jaime foi um grande homem e a historia dele merece ser contada. Vc já deu inicio a esse escrevendo tão maravilhosa homenagem através do seu jornal. Só uma pessoa ilustre como vc poderia ter feito tão sublime homenagem. Um abraço!

    ResponderExcluir